Projeto: Liga de Juventude em Ação pelo Meio Ambiente
Objetivo:
Promover o protagonismo juvenil, o projeto contribuirá diretamente para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente:
ODS 4: Educação de Qualidade;
ODS 5: Igualdade de Gênero;
ODS 10: Redução das Desigualdades;
ODS 13: Ação contra a Mudança Global do Clima; e
ODS 15: Vida Terrestre.
Apresentação
A participação ativa das juventudes na reflexão e construção de soluções sustentáveis para o destino dos territórios de pertencimento, em nível local, e do planeta, é essencial em um cenário global cada vez mais desafiador.
O termo "juventudes" no plural reflete a diversidade e a complexidade das experiências e realidades dos jovens que deixam de ser percebidos como uma massa homogênea, e passam a protagonizar diferentes contextos socioeconômicos, culturais, geográficos e de gênero.
O reconhecimento da pluralidade das juventudes na elaboração de projetos sociais permite desenvolver políticas e programas mais inclusivos e eficazes, atendendo às necessidades específicas de cada grupo dentro dessa faixa etária. Abordando "juventudes", garantimos que nenhuma voz seja ignorada e que as particularidades de cada subgrupo sejam consideradas.
As juventudes de hoje herdam os impactos ambientais das ações antrópicas que se evidenciam no presente e também herdarão no futuro, no entanto, podem desempenhar um papel central na promoção de mudanças urgentes e necessárias. De acordo com o relatório Global Youth Development Index de 2020, os jovens constituem cerca de 16% da população mundial, e seu engajamento em causas ambientais tem crescido substancialmente nos últimos anos, especialmente em movimentos voltados para a ação climática e a preservação da biodiversidade.
Ao canalizar a energia das juventudes em projetos que incidem diretamente os problemas socioambientais na Amazônia, é possível criar soluções inovadoras, além de garantir a longevidade e o sucesso dessas iniciativas.
O bioma Amazônia, que abrange cerca de 49% do território brasileiro e é responsável por aproximadamente 20% da água doce superficial do mundo, enfrenta pressões ambientais crescentes, incluindo o desmatamento, que atingiu 13.235 km² em 2022, segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
No estado do Pará, epicentro de muitas dessas pressões, a degradação ambiental e a exploração desenfreada dos recursos naturais agravam a vulnerabilidade socioambiental das populações locais. A atuação da juventude para a proteção desse bioma é não apenas uma questão regional, mas também de relevância global, uma vez que a Amazônia desempenha um papel crucial na regulação climática do planeta.
Neste contexto, o projeto "Liga de Juventude em Ação pelo Meio Ambiente" visa empoderar jovens do estado do Pará, com enfoque nas escolas, organizações e empresas que possuem grupos e ações de protagonismo de juventudes, para que se tornem líderes ativos na proteção do meio ambiente e na promoção do desenvolvimento sustentável.
A criação de "Ligas de Juventude" nas instituições buscará capacitar jovens com conhecimentos e ferramentas para liderarem iniciativas que abordem questões locais, como resíduos sólidos, desmatamento, a poluição hídrica e a perda de biodiversidade, conectando essas ações aos grandes desafios globais, como as mudanças climáticas. Com isso, espera-se não apenas a conscientização sobre a importância do bioma Amazônia, mas também a formação de uma geração capaz de impulsionar transformações duradouras em suas comunidades e além.
METODOLOGIA As ações serão desenvolvidas em quatro etapas principais, buscando a mobilização, envolvimento e o estabelecimento de processos de ações das juventudes, para além das suas comunidades, com incidências de impacto local e global, tendo como horizonte a participação ativa nas discussões relacionadas à COP 30.
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO O progresso de cada etapa será monitorado por meio de relatórios periódicos, reuniões de acompanhamento e avaliação contínua do engajamento das juventudes e dos resultados das ações implementadas. A programação do monitoramento e avaliação será construída coletivamente considerado a identificação e inclusão das escolas participantes e uso de indicadores escolhidos para tanto. Avaliações qualitativas e quantitativas serão realizadas para ajustar o projeto de acordo com as necessidades emergentes e garantir assim, a eficácia das atividades.
ANEXOS - Carta de Aceitação para Participação no Projeto "Promoção do Protagonismo Juvenil em Ações pelo Meio Ambiente" - Acordo de Convivência da Liga de Juventude e Meio Ambiente
1. Mobilização de Juventudes Mobilização e engajamento das instituições de ensino e organizações da sociedade civil (OSCs) para integrar jovens interessados em participar do projeto e iniciar o processo de formação das Ligas de Juventude. Atividades: (a) Mapeamento de Escolas e OSCs: Identificar e mapear escolas públicas e privadas, bem como OSCs que trabalham com juventudes no estado do Pará, especialmente em áreas de maior vulnerabilidade socioambiental. (b) Ações de Sensibilização: Realizar encontros presenciais e virtuais com gestores escolares, professores, lideranças comunitárias e jovens para apresentar o projeto e sua relevância. (c) Articulação com Redes Locais: Envolver redes juvenis já estabelecidas, como movimentos estudantis e grupos de jovens ligados à defesa do meio ambiente, para integrar o projeto. Resultado Esperado: Adesão de escolas e OSCs ao projeto, com estabelecimento de parcerias para a criação das Ligas de Juventude e a definição de escolas-piloto e territórios prioritários.
2. Diagnóstico de Percepção Socioambiental das Juventudes e Gestores das Instituições Com objetivo de compreender as percepções e o grau de envolvimento dos jovens e dos gestores sobre as questões ambientais locais e globais, identificando temas prioritários para atuação. Atividades: (a) Aplicação de Questionários: Realizar questionários e entrevistas semiestruturadas com jovens, professores e gestores escolares para identificar percepções sobre problemas ambientais locais (desmatamento, poluição, mudanças climáticas) e sua relação com a realidade global. (b) Oficinas de Percepção Ambiental: Conduzir oficinas participativas com metodologias de Educação Ambiental Dialógica para aprofundar a compreensão das percepções, expectativas e possíveis soluções vislumbradas pelos jovens. (c) Análise de Resultados: Sistematização dos dados coletados, gerando um relatório diagnóstico que servirá de base para a criação dos planos de ação das Ligas. Resultado Esperado: Diagnóstico detalhado das percepções ambientais das juventudes e gestores, com identificação dos temas mais urgentes a serem abordados pelo projeto.
3. Criação das Ligas Juventude e Meio Ambiente Com o objetivo de Estruturar e capacitar as Ligas de Juventude nas escolas e OSCs participantes, com foco na liderança juvenil e na implementação de ações ambientais concretas. Atividades: (a) Formação das Ligas: Organizar grupos de jovens em cada escola e OSC para formar as Ligas de Juventude e Meio Ambiente, incentivando a diversidade e a inclusão de diferentes perfis de jovens. (b) Capacitação dos Membros: Realizar um ciclo de formação em temas como educação ambiental, mudanças climáticas, biodiversidade da Amazônia, cidadania ativa, direitos socioambientais e ferramentas de advocacy. (c) Desenvolvimento de Lideranças: Promover oficinas e mentorias voltadas ao desenvolvimento de habilidades de liderança, planejamento estratégico e mobilização social, para que os jovens sejam capazes de coordenar suas próprias ações. Resultado Esperado: Ligas de Juventude formalmente constituídas e capacitadas para atuar em suas respectivas escolas e comunidades, com jovens preparados para liderar as atividades e intervir nas discussões ambientais.
4. Realização de Cartografia Ambiental pela Liga de Juventude e Meio Ambiente Com o objetivo de promover a identificação e mapeamento participativo de áreas de relevância ambiental nas comunidades, como espaços degradados, zonas de risco, áreas de preservação e potencial para regeneração ambiental, utilizando ferramentas de cartografia colaborativa. Atividades: (a) Oficinas de Cartografia Colaborativa: Realizar oficinas para capacitar os jovens no uso de ferramentas de mapeamento, como aplicativos de geolocalização (Google Earth, OpenStreetMap, entre outros), e em técnicas de levantamento ambiental em campo. (b) Mapeamento de Áreas Críticas e de Preservação: Conduzir saídas de campo com as Ligas de Juventude para identificar e mapear áreas prioritárias nas comunidades e nas escolas, como focos de poluição, áreas de desmatamento, locais com risco de deslizamento ou enchentes, e espaços que podem ser recuperados com ações de reflorestamento e proteção. (c) Mapeamento Participativo com a Comunidade: Engajar a comunidade escolar e local para contribuir com informações sobre os espaços mapeados, incorporando o conhecimento tradicional e local ao processo de cartografia ambiental. (d) Criação de Mapas Temáticos: Elaborar mapas temáticos digitais e impressos que apresentem as áreas mapeadas e proponham ações prioritárias para a conservação e recuperação ambiental, contribuindo para a tomada de decisões locais e para a sensibilização da comunidade sobre os desafios ambientais. Resultado Esperado: Desenvolvimento de mapas ambientais colaborativos que reflitam a realidade socioambiental das áreas mapeadas pelas Ligas de Juventude, servindo de base para futuras intervenções e projetos de conservação, além de fomentar a participação ativa da juventude na proteção do território.
5. Plano de Ação com Ações de Incidência e Diálogo para a COP 30 Com o objetivo de desenvolver planos de ação específicos para cada Liga, focados em ações de incidência dentro das escolas e espaços de diálogo público com vistas à participação nas discussões da COP 30. Atividades: (a) Elaboração dos Planos de Ação: Em cada escola e OSC, as Ligas de Juventude criarão seus próprios planos de ação, com base no diagnóstico realizado, definindo atividades e campanhas de sensibilização, plantio de árvores, projetos de reciclagem, limpeza de áreas degradadas, e outras ações ambientais. (b) Ações de Incidência: As Ligas deverão desenvolver atividades regulares de conscientização e intervenção, promovendo campanhas educativas, feiras ambientais, e debates sobre a importância da Amazônia para a agenda global de combate às mudanças climáticas. (c) Espaços de Diálogo com Lideranças Locais: Organizar encontros entre as Ligas e gestores públicos, representantes de OSCs, empresas e outros atores, criando espaços de diálogo onde as juventudes possam apresentar suas demandas e propostas para o fortalecimento da agenda ambiental local. (d) Preparação para a COP 30: Conectar as ações locais com os debates globais da COP 30, promovendo a participação de jovens em eventos preparatórios e fóruns regionais sobre mudanças climáticas e políticas ambientais. Resultado Esperado: A implementação de planos de ação em cada escola e OSC participante, com atividades de impacto local e articulação das juventudes para participação efetiva nos debates ambientais regionais e globais, incluindo a COP 30.